Via Olhar Digital em 19 de junho de 2017
Há alguns anos se discute a
adoção do eSIM, uma tecnologia que poderia tornar o chip de celular coisa do
passado. Com especificações reveladas desde 2013, até hoje não houve muitas
tentativas de transformar a proposta em realidade, com a tecnologia mais
próxima sendo o Apple SIM, disponibilizado com alguns modelos de iPad da
empresa.
Para quem não sabe, o que a ideia
do eSIM, cuja tradução da sigla significa “SIM incorporado”, propõe é
substituir o chip tradicional de celular, que deixaria de ser removível. Isso
não significa, no entanto, que você ficaria preso para sempre com uma única
operadora. A proposta é que o eSIM permita alternar entre operadoras sem
precisar trocar de chip, realizando o procedimento apenas virtualmente. O
objetivo é, entre outras coisas, eliminar a necessidade da infame chavinha para
abrir a gaveta do SIM.
Mais do que isso, o eSIM pode
eliminar uma chateação que todo mundo que já viajou para o exterior conhece,
que é a corrida para encontrar um chip de uma operadora local ao chegar ao seu
destino. O SIM virtual permite simplesmente adquirir um pacote de alguma
empresa sem precisar ir até a loja mais próxima.
E, após vários anos de
estagnação, o cenário começa a mudar. Se a Computex nos ensinou alguma coisa, é
que as parcerias para tirar o eSIM do papel estão começando a acontecer.
Microsoft, Intel e Qualcomm, por exemplo, já estão viabilizando uma nova
geração de laptops feitos para serem extremamente leves, portáteis e,
principalmente, sempre conectados graças à presença de um chip celular,
proporcionando acesso a redes de internet móvel 4G.
Em dispositivos com tecnologia
Intel, o eSIM já será suportado nos modems XXMTM 7260 e XMM 7360. Enquanto
isso, a Qualcomm já oferece essa possibilidade em dispositivos com o chipset
Snapdragon 835. No entanto, isso não significa que só os aparelhos equipados
com o suporte ao eSIM poderão tirar vantagens do recurso, uma vez que bastaria
abrir a gavetinha de um dispositivo qualquer e inserir um adaptador no lugar do
chip tradicional.
Para isso, no entanto, são
necessárias algumas mudanças em como as coisas funcionam atualmente. As
operadoras precisam dar suporte à tecnologia, e a Microsoft diz que já há 20
empresas no mundo inteiro prontas para abraçar o eSIM. Além disso, no caso dos
PCs, a empresa também promete uma interface especial no Windows 10 para
facilitar a seleção entre diferentes pacotes.
A adoção do eSIM também abre a
possibilidade para a criação de dispositivos móveis menores e mais finos. Em
laptops ou celulares, isso pode não fazer muita diferença, já que a gaveta para
chips não ocupa tanto espaço assim. No entanto, isso pode revolucionar os
relógios conectados, que acabam ficando excessivamente grandes quando oferecem
suporte à conectividade celular, como é o caso de dois modelos da Samsung, já
compatíveis com a tecnologia. Com o advento da internet das coisas e uma nova
geração de objetos online, a tendência é que a adoção do eSIM comece a crescer
em ritmo acelerado.
Como estamos no Brasil, existe um
outro fator a ser levado em consideração. Por aqui, é extremamente comum
usarmos o sistema de dois chips, o dual-SIM. Existe a chance de que o eSIM
venha a matar a possibilidade, mas, se realmente houver demanda para manter o
suporte a duas operadoras no mesmo celular, não há por que pensar que a
indústria não se movimentaria para proporcionar o uso de duas redes, mesmo com
chips virtuais.
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