Renato Santino 19/04/2018
Via Olhar Digital - Bill Gates Google Google Earth
O Google Earth foi um dos feitos mais interessantes da década passada,
permitindo que qualquer canto do mundo fosse explorado a partir de uma
perspectiva do espaço. Agora, uma iniciativa chamada EarthNow quer levar o
conceito adiante, oferecendo imagens em tempo real do mundo todo.
O projeto ambicioso já tem o apoio de Bill Gates e outras empresas,
incluindo gigantes como Airbus e SoftBank, além da empresa de investimentos
Intellectual Ventures. A ideia é oferecer uma transmissão de vídeo em tempo
real de qualquer ponto do planeta com um atraso máximo de até 2 segundos.
O sistema visa oferecer serviços para empresas e governos,
proporcionando informações para monitorar tempestades, conflitos violentos, desastres
naturais e embarcações ilegais de pesca ou até mesmo piratas.
No entanto, não há como discutir que o projeto teria impactos enormes
sobre a privacidade de pessoas no mundo inteiro, que efetivamente teria seu
comportamento transmitido em tempo real pela internet. Como nota o site Mic, hoje
existem sistemas de vigilância em tempo real, mas eles estão restritos a
governos e são secretos; o modelo de negócios da EarthNow ainda é nebuloso, e
não se sabe com precisão como ela pretende aproveitar essas imagens.
Para isso, seria necessário o lançamento de uma rede de satélites
extensa para cobrir o globo, porque é necessário ter ao menos um deles cobrindo
cada parte do planeta em todos os momentos. Segundo Hannigan Told, CEO da
EarthNow, a expectativa é que o custo total do sistema fique em US$ 1 bilhão.
Segundo a empresa, cada satélite vai carregar “mais núcleos de
processamento do que todos os outros satélites comerciais combinados”, o que é
uma promessa interessante e difícil de ser implementada. O processamento de
vídeo em tempo real é algo que requer bastante energia, e satélites comerciais
normalmente contam com energia restrita, então o feito da EarthNow, se cumprir
o que promete, seria realmente impressionante.
Os satélites serão produzidos pela Airbus nas cidades de Toulouse e
Flórida, mas ainda não se sabe quantas unidades serão produzidas. Não se sabe
também quanto dinheiro foi investido no projeto até o momento. Ainda não há uma
estimativa de quando o projeto sairá do papel.
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