9 de abril de 2016

Inclusão da Tecnologia na Educação

Telecentro de Araripe-CE
Diferentemente do que talvez se espere, os estu­dantes não se mostram muito empolgados ou sonhadores em relação à inclusão da tecnologia na educação, mas isso pode ser explicado pelo fato de que eles se encontram formatados para exigir o mínimo do ambiente escolar – justamente aquele que deveria proporcionar grandes transformações em suas vidas.

Falas de estudantes reuni­das no estudo “Juventude Co­nectada” incluem coisas como: “Não precisa ser tudo isso, não. Só precisa que o Wi-Fi seja me­lhor” ou “Eu acho que tinha de bloquear as redes sociais e libe­rar a internet para os alunos. Por exemplo, se você está no meio da aula e o professor precisa que a gente faça uma pesquisa, po­demos fazê-la ali mesmo”.
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Um estudo concluiu: Os jovens que não usam as novas tecnologias para construírem relações com o que é aprendido na escola – na verdade, eles, muitas vezes, utilizam seus ce­lulares para se ausentarem da­quele mundo. Isso não signi­fica, porém, que a proibição de telefones celulares em sala de aula seja o suficiente, uma vez que, na escola, esses alunos distraem-se com ou sem a presença de recursos tecnológicos.

Ainda segundo o estudo, é do professor a responsabilidade de tentar criar situações de aprendizagem que incluam a utilização dos diversos aparelhos tecnológicos, já que as tecnologias não fazem nada por si mesmas. Mas é importante que essa introdução de tecnologia não perca o foco no processo de aprendizagem, contribuindo para que os alunos criem uma relação com o conteúdo de sua disciplina.

Por mais que a cooperação entre docente e tecnologia para auxiliar no progresso do ensino seja importante, no entanto, Salatino afirma que não se pode deixar iludir. Em determinadas situações, será difícil introduzir recursos tecnológicos.

Grande parte dos estudantes de classes populares não compreende o ensino em instituições escolares como meio de ascensão social. “Os jovens devem crescer em dois mundos: o juvenil e o escolar.
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A pesquisa “Juventude Conectada” também observou uma relação contraditória envolvendo internet e estudos: “Se, por um lado, é apontada como valiosa ferramenta de suporte e colaboração para a pesquisa de conteúdos curriculares e para o acesso e recuperação de material dado em aula pelo professor, por outro lado, é apontada como elemento de desconcentração e dispersão – especialmente por seu uso prioritário para o acesso às redes sociais”, diz o estudo.

Relatos de alunos confirmam: além de 57% deles acreditarem que em muitos casos a internet atrapalha a aprendizagem ao distrai-los e reduzir seu tempo de estudo, muitos dizem preferir um local sem acesso à internet para estudar. Mas a dificuldade de concentração não é o único problema.

Apesar de serem ávidos usuários de redes sociais, muitos jovens ainda têm uma visão conservadora sobre o potencial das novas tecnologias para ajudá-los nos estudos, o que pode ser uma indicação de que eles não compreendem bem o que significa a revolução tecnológica que estão vivenciando.
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Precisamos ensinar a eles conceitos mais amplos de praça pública, de ética, de construção de tecnologia, do lugar que a tecnologia pode ocupar no desenvolvimento da própria cidade, por exemplo. Intensificar a importância da internet dando poder a todo cidadão, garantindo que toda pessoa tenha condição de criar os seus próprios conteúdos e de fato mudar muita coisa em seu entorno: esse potencial não parece estar sendo tão explorado”, declarou Rodrigo Nejm, diretor da SaferNet Brasil (ONG que atua na pesquisa e prevenção de crimes de internet).

BIBLIOGRAFIA
PRADO, Ana. Entendendo o aluno do Século 21 – E como ensinar a essa nova geração. Geekie – Educação & Evolução, Junho/2015.

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