15 de maio de 2016

Professores versus Tecnologia versus Aprendizagem

Pesquisas sobre o assunto sempre trazem a mesma observação: de nada adianta a escola ter modernas tecnologias de informação e comunicação se os professores não estiverem preparados para usá-las. A tecnologia não se transforma em aprendizagem sozinha e a informação, por si só, não promove o senso crítico.

Os estudantes têm a mesma opinião: 47% dos jovens brasileiros que participaram do “Juventude Conectada” concordam totalmente ou quase totalmente com a afirmação de que o fato de o professor saber utilizar tais tecnologias é um importante fator de aprendizado. Eis, como o estudo define, uma oportunidade para discutir o novo papel do professor, cuja função de transmissor unidirecional de conhecimento deixa de fazer sentido em um contexto em que os alunos têm acesso irrestrito à informação.

No entanto, isso obviamente não torna o professor desnecessário – pelo contrário, ele ganha novos papéis importantíssimos, como curador e orientador. “Há uma certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitos dados, muitas informações disponíveis.

Conhecer é integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a significativa para nós.

O conhecimento não se passa, o conhecimento cria-se, constrói- se”, escrevem as professoras Eliana Fatobene Martins e Luzia Marta Bellini, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no artigo “A escola no século 21: quais desafios devem enfrentar seus gestores?”.

A internet oferece oportunidades de interações significativas, com e-mails, as listas de discussão, os fóruns, os chats, os blogs, as ferramentas de comunicação instantânea e os sites de relacionamento, mas o professor precisa informar e orientar os alunos sobre a utilização da internet, sobre as vantagens e os perigos que ela oferece.

Diante da infinita quantidade de informação inútil, mentirosa e até nociva disponível na rede, capaz de confundir e enganar mesmo adultos experientes, é fundamental que os jovens contem com um guia que lhes ajude a filtrar o que recebem e lhes indique o que vale ser discutido, pensado, refletido.

No livro “O Culto do Amador”, o escritor americano Andrew Keen faz uma crítica ferrenha à má qualidade do que é publicado online, o que resulta, segundo ele, em “menos cultura, menos notícias confiáveis e um caos de informação inútil”. Para filtrar os conteúdos mais importantes da quantidade inumerável de besteiras disponíveis online, é preciso ter experiência e uma boa bagagem cultural, coisa que os jovens ainda não têm.

BIBLIOGRAFIA
PRADO, Ana. Entendendo o aluno do Século 21 – E como ensinar a essa nova geração. Geekie – Educação & Evolução, Junho/2015.

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