Pesquisas sobre o assunto
sempre trazem a mesma observação: de nada adianta a escola ter modernas
tecnologias de informação e comunicação se os professores não estiverem preparados
para usá-las. A tecnologia não se transforma em aprendizagem sozinha e a
informação, por si só, não promove o senso crítico.
Os estudantes têm a mesma
opinião: 47% dos jovens brasileiros que participaram do “Juventude Conectada”
concordam totalmente ou quase totalmente com a afirmação de que o fato de o
professor saber utilizar tais tecnologias é um importante fator de aprendizado.
Eis, como o estudo define, uma oportunidade para discutir o novo papel do
professor, cuja função de transmissor unidirecional de conhecimento deixa de
fazer sentido em um contexto em que os alunos têm acesso irrestrito à
informação.
No entanto, isso obviamente não
torna o professor desnecessário – pelo contrário, ele ganha novos papéis
importantíssimos, como curador e orientador. “Há uma certa confusão entre
informação e conhecimento. Temos muitos dados, muitas informações disponíveis.
Conhecer é integrar a
informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a
significativa para nós.
O conhecimento não se passa, o
conhecimento cria-se, constrói- se”, escrevem as professoras Eliana Fatobene Martins
e Luzia Marta Bellini, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no artigo “A
escola no século 21: quais desafios devem enfrentar seus gestores?”.
A internet oferece
oportunidades de interações significativas, com e-mails, as listas de
discussão, os fóruns, os chats, os blogs, as ferramentas de comunicação
instantânea e os sites de relacionamento, mas o professor precisa informar e
orientar os alunos sobre a utilização da internet, sobre as vantagens e os
perigos que ela oferece.
Diante da infinita quantidade
de informação inútil, mentirosa e até nociva disponível na rede, capaz de
confundir e enganar mesmo adultos experientes, é fundamental que os jovens
contem com um guia que lhes ajude a filtrar o que recebem e lhes indique o que
vale ser discutido, pensado, refletido.
No livro “O Culto do Amador”,
o escritor americano Andrew Keen faz uma crítica ferrenha à má qualidade do que
é publicado online, o que resulta, segundo ele, em “menos cultura, menos
notícias confiáveis e um caos de informação inútil”. Para filtrar os conteúdos
mais importantes da quantidade inumerável de besteiras disponíveis online, é
preciso ter experiência e uma boa bagagem cultural, coisa que os jovens ainda não
têm.
BIBLIOGRAFIA
PRADO, Ana. Entendendo
o aluno do Século 21 – E como ensinar a essa nova geração. Geekie –
Educação & Evolução, Junho/2015.
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